Administradores, sociedade civil e outras entidades participaram na manhã desta quarta-feira (20), de uma manifestação que visa alertar a população quanto ao fim do boleto sem registro e a taxa de juros abusivos. A atividade foi promovida pelo Conselho Regional de Administração do Amazonas, em parceria com o Conselho Federal de Administração.
O ato, batizado de “Raposão”, por utilizar como mascote uma Raposa, simboliza os banqueiros que, de taxa em taxa, enriquecem às custas da população.
A advogada Ana Luisa, membro da Comissão de Direito Empresarial da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas – OAB/AM, participou da manifestação e falou sobre o aumento das taxas que devem ocorrer a partir dessa medida. “Ao entrar em vigor, o banco passa a obter todas as informações sobre a cobrança e, para realizar o processo de cancelamento ou alteração no boleto, como data de vencimento, é preciso enviar um arquivo de remessa ao banco com todas as informações da transação, ou seja, o banco pode cobrar tarifas sobre as operações de registro, alteração ou cancelamento do boleto”,disse.
Para o presidente do Conselho Federal Administração, Wagner Siqueira, a medida vai causar um grande impacto econômico. “Não são apenas os empresários que vão sentir os impactos das novas regras. O boleto registrado afeta, também, outros setores da sociedade como escolas, condomínios, conselhos profissionais, e-commerce, entre outros”, disse.
Segundo levantamento do CFA, em um ano os bancos lucrarão até R$ 72 bilhões com a emissão de 3,6 bilhões de boletos registrados e as empresas terão prejuízo estimado em R$ 36 bilhões pela emissão de boletos não pagos, cerca de 50% deles. Além disso, o aumento do custo de um comerciante que emitir 130 mil boletos registrados por mês poderá chegar a R$ 2,6 bilhões.