O assistente técnico, perito criminal Ricardo Molina, afirmou aos jornalistas na manhã desta segunda-feira 28/10, que o delegado de Polícia Civil Gustavo Sotero estava ‘caçando’ o advogado Wilson Justo Filho quando disparou contra a vítima na madrugada do dia 25 de novembro de 2017, nas dependências de uma casa noturna na zona Oeste de Manaus.


Ao apresentar parte do laudo técnico que compõe o processo referente ao homicídio triplamente qualificado do advogado Wilson Justo Filho, cujo julgamento ocorrerá nesta terça-feira 29/10, no Tribunal do Júri, Molina afirmou que a reação do advogado contra o delegado se deu porque Sotero estava olhando fixamente para a esposa de Wilson, Fabíola Rodrigues.


“Wilson deu um soco nele e o delegado teve uma reação imediata e em apenas um segundo, o Sotero saca a arma e atira, não chama para conversar ou dar voz de prisão e o Wilson está há mais de um metro de distância dele, então não há nenhum ataque. Isso é uma fantasia da defesa. O Wilson levanta o braço em posição de defesa.

Quem atacou com a arma foi o Sotero e daí pra frente, ele começa uma verdadeira caça ao Wilson e sai atrás querendo acertar ele de uma forma tão doidivana que ele acerta mais outras duas pessoas que nada tinham a ver com o caso e depois vai na mureta e só não dá o tiro de misericórdia porque a arma dele travou”, afirmou Molina aos jornalistas.


Molina foi contratado pela OAB Amazonas. Ele esteve pessoalmente na casa noturna para analisar o espaço e periciar as imagens. Molina disse que ficou impressionado com o farto volume de provas. “O material é muito rico.

A casa noturna tinha câmera para todo lado. Não dá para saber o que não aconteceu, o que a gente tem dúvida numa câmera, a gente vai e tira na outra, tá tudo lá”, destacou.

O conselheiro federal da Ordem, Anielo Aufiero, explicou que a OAB está há dois anos legalmente habilitada como assistente da acusação, uma vez que a vítima era um inscrito da seccional do Amazonas. “Desde a fase do inquérito policial, o caso estava sendo acompanhado pela Procuradoria de Prerrogativas da OAB-AM. Isso é perfeitamente legítimo, seja como assistente da acusação ou de defesa”, afirmou.

Além de Molina, participaram da coletiva a esposa de Wilson, Fabíola Rodrigues que ficou emocionada durante toda a apresentação das imagens, as duas vítimas atingidas pelos disparos de Sotero, Yuri José Paiva e Maurício Carvalho, ambos preferiram não se manifestar durante a coletiva.

Os advogados de defesa, Leonardo Assis, Catharina Estrella e Josemar Berçot, além da procuradora-geral de Prerrogativas da OAB-AM, Adriane Magalhães, também acompanharam a entrevista e a apresentação do laudo aos jornalistas. “Estamos desde a audiência de instrução acompanhando esse assunto.

A memória do Wilson será mantida, será guardada e mantida pela OAB-AM”, declarou Adriane.

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